Olho-me no espelho
Um espelho diferente
Não é de vidro
Nem mágico.
Mas, me reflete...
Nesse estranho espelho vejo minhas formas de pensar
Angustiada, ele reflete minhas formas de sentir
Aterrorizada, vejo-o ecoar minhas formas de fazer
Perplexa e confusa
Ele faz um eco de mim.
Faz o eco dos mais bem segredos guardados.
E diante dele nua,
Me sinto fraca e estranhamente forte.
Cada vez que ele me reflete
Me devolve com mais força a mim mesma
Cada vez que ele me reflete
Me devolve com mais profundidade minhas reflexões.
Com espanto vejo até minha espiritualidade refletida
E as angustias da minha alma
Os questionamento da minha vida.
Esse espelho terrivelmente reflete meu passado
Os caminhos que andei
As feridas que curei, a sabedoria que adquiri, os medos...
Cada fraqueza posso ver sem retoques
Cada fortaleza sem subterfúgios
Cada engano
Cada ilusão
Sem máscara....
Há o desejo profundo de dissolve-se nele
Forças maiores do que eu
Me fazem querer
Aceitar o desafio e me unificar
E eu ser o espelho e o espelho ser eu.
Aterrorizada percebo
Que assim já é: Eu sou o espelho e o espelho sou eu
.
.
E como o mito dos humanos esféricos
que se buscam pela vida.
Anima/Animus, Yin/Yang, Preto/Branco
Moeda única.
Tomar consciência desse espelho
me aterroriza até o profundo do espírito
Não posso mais mirar-me nele
Não posso mais tocar nele
Sob pena de me costurar
De me ligar para sempre
De me dissolver e me refazer.
Então o quebro com as últimas forças
Faço em pedaços
E de mim pedaços faço
Digo não para mim
E me afasto desse espelho.
Longe a certeza que ele me reflete é maior
E a descoberta mais profunda
Que mesmo refletindo tantas coisas
Nunca refletiu a mais importante de todas: O amor que fez
brotar em mim.
brotar em mim.
Candida Maria
(Você pode encontrar esse poema também no blog do meu amigo
Bartoli - http://epensarnaodoi.blogspot.com.br/2015/06/o-espelho-olho-me-no-espelho-um-espelho.html?spref=fb)
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