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sábado, 4 de maio de 2013

Quando estamos feridas, banalizamos as agressões uma após a outra - Texto revisto e atualizado

Quando estamos feridas, trivializamos as agressões uma após a outra, os atos de injustiça e destruição que nos afetam, afetam a nossa prole, aos seres que nos são caros, á nossa terra e até mesmo aos nossos deuses. Muitas de nós estamos contaminadas pelo anseio de uma liberdade ilimitada, mas continuamos a chegarmos a noite em casa depois de uma jornada cansativa no trabalho, e lavamos as louças, preparamos o jantar, e nos finais de semana nos atarmos ao tanque e a maquina de lavar roupas, enquanto sonhamos com um mundo diferente. Todas nós já estamos acostumadas a não interferir em acontecimentos chocantes, sabemos, muita de nós por experiência própria que as punições são assustadoras para aquelas entre nós que quebram o silencio e identifica as injustiças exigindo mudanças. Quando curamos nossas feridas, passamos a rejeitar a violência, rejeitamos essa revoltante trivialização. E não mais seremos torturadas e desprovidas de significados, podemos voltar a vida plena e refazer o nosso próprio caminho falar a nossa própria fala. É verdade que há muito a aprender com a dissolução das nossas projeções, de como somos perversas conosco mesmas, e do quanto magoamos a nós mesmas, mas esse não é o final da investigação. A armadilha escondida dentro da armadilha consiste em pensar que tudo está resolvido, com a descoberta da conscientização de nós mesma. Mas vamos a um modelo de acréscimo: existe a nossa questão interna é verdade, mas também existe a questão externa. Temos que aprender a questionar o nosso status quo, com confiança para que não olhemos apenas para nós mesmas, mas também para o mundo que nos está pressionado inconscientemente de propósito. Não é o caso de sairmos por ai atribuindo culpas, a nós mesmas ou ao mundo que nos cerca, mas vamos avaliar e julgar as responsabilidades, tanto internas como externamente, e vermos o que necessita ser alterado. Procurando um esboço, e assim impedindo a nossa fragmentação quando procuramos restaurar tudo o que nos está ao alcance, sem negligenciarmos as nossas necessidades e nem nos isolarmos do mundo. Sabemos que muitas de nós vive uma vida pela metade, e ficam amarguradas até o final de seus dias; elas sentem sem esperança, não encontram nenhuma ajuda humana que as ofereçam e adotam o silencio mortal e desesperançado. Seguem cansadas e resignadas. Elas tentaram de tudo, tentaram se adaptar, ser dissimuladas, “ser boazinhas” perderam o controle. Elas trivializaram a vida árida e cruel, instalando na sombra um enorme anseio pela loucura. Começamos então a desperdiçarmos a nossa vida num redemoinho que jamais vai nos gerar abundancia, esperança ou felicidade mas sim nos trará mais traumas, medos, e esgotamentos. Para nós que fizemos essa escolha não haverá descanso. Muitas de nós infelizmente seguem esse modelo. Por não conseguirem identificar as armadilhas, por não saberem quando dar um basta, por conseguirem criar limites para a sua defesa da saúde e de seu bem-estar, por não entenderem que os excessos nos quebram, viraram uma massa amorfa. Elas não conseguiram renunciar as meias-verdades defensivas e assim abrirem o caminho com precisão ou mesmo com violência, não conseguiram ver o que era bom para elas, se fortalecerem e assim poderem completar a jornada, não importa como e quanto tempo demore, mas precisamos desse tempo. http://araretamaumamulher.blogspot.com.br/2011/03/quando-estamos-feridas-trivializamos-as.html

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