Eu

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domingo, 16 de agosto de 2015

CONFISSÕES DE UMA LOUCA!


Sim tive um surto confesso...
Mas, todo mundo tem seu dia, seu momento de enlouquecer
Ver realidades inventadas somente pela mente
Viver dentro de uma verdade que é mera ilusão
Acreditar que a personagem é verdadeira
E que o momento vivido acontece.
Sim, tive um surto confesso...
Achei que tinha encontrado algo precioso
tão desejado, ansiado, secretamente esperado
Surtada acreditava em um diamante
e era só bijouteria, barata, de esquina.
Sim, tive um surto confesso...
escrevi poemas e contos,
suspirei uma paixão tão apaixonada
que psicóticamente pensei que era amor.
Sim, tive um surto confesso...
que achei que me via num espelho humano
que me achei anima
que até pensei ter encontrado
o mar onde desaguar meu rio.
Sim, tive um surto confesso...
e cheia de afeto, cuidado e zelo
quis dar meu colo, meu abraço
meu conforto, acolher na minha alma
a um delírio: alguém precisava de mim.
Sim, tive um surto confesso...
Mas, o surto teve seu fim.
Agora sã, celebro a minha unicidade
Não há ninguém que seja eu
do que apenas eu.
Não há amor ou paixão para viver
somente aquelas que irei escrever
Não há um diamante
Eu já tenho um tesouro
que não cabe mais nada
Não há quem cuidar, zelar e acolher
que antes de todos não seja eu.
Sim, tive um surto confesso...
E os poemas e contos continuam
agora de uma mulher sóbria
centrada da maturidade
despida de adolescencias
crescida no enlouquecimento.
Assumidamente louca
em recuperação.

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